sábado, 24 de março de 2012

FORMA E UBIQUIDADE DOS ESPÍRITOS

FORMA E UBIQUIDADE DOS ESPÍRITOS
Estudo com base in O Livro dos Espíritos,
livro segundo, cap. 1, MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS - DOS ESPÍRITOS,
obra codificada por Allan Kardec

Pesquisa: Elio Mollo

Aos nossos olhos os espíritos não tem uma forma determinada, limitada e constante. Podemos dizer que eles são uma flama, um clarão ou uma centelha etérea [1]. (vide q. 23, 23ª e 26 de O Livro dos Espíritos. (LE – 88) 

Esta flama ou centelha varia do escuro ao brilho do rubi, de acordo com a menor ou maior pureza do Espírito. (LE – 88a)

Nota de Allan Kardec: Representam-se ordinariamente os gênios, com uma flama ou uma estrela na fronte. É essa uma alegoria, que lembra a natureza essencial dos Espíritos. Colocam-na no alto da cabeça, por ser ali que se encontra a sede da inteligência.

Os Espíritos gastam tempo para atravessar o espaço, mas rápido como o pensamento (2). (LE – 89) 

Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também o está, pois é a alma que pensa. O pensamento é um atributo (2). (LE – 89a)

O Espírito que se transporta de um lugar a outro (3) e pode ter consciência da distância que percorre e dos espaços que atravessa e, subitamente se transportar para onde deseja ir, ambas as situações são possíveis, pois o Espírito pode perfeitamente, se o quiser, dar-se conta da distância que atravessa, mas essa distância pode também desaparecer por completo isso depende de sua vontade e também da sua Natureza, se mais ou menos depurada. (LE – 90)

A matéria não oferece obstáculo aos Espíritos (4), eles penetram tudo, o ar, a terra, as águas, o próprio fogo lhes são igualmente acessíveis. (LE – 91) 

Os Espíritos não tem o dom da ubiqüidade, ou, em outras palavras, o mesmo Espírito não pode dividir-se ou estar ao mesmo tempo em vários pontos, pois não pode haver divisão de um Espírito, contudo cada um deles é um centro que irradia para diferentes lados, e é por isso que parecem estar em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol, que não é mais do que um, e não obstante irradia por toda parte e envia os seus raios até muito longe. Apesar disso, ele não se divide. (LE – 92)

Para responder, ao mesmo tempo, às perguntas que lhe são dirigidas, o Espírito se divide ou tem o dom da ubiqüidade
R - O Sol é um só e, no entanto, irradia ao seu derredor, levando longe seus raios,sem se dividir. Do mesmo modo, os Espíritos. O pensamento do Espírito é como uma centelha que projeta longe a sua claridade e pode ser vista de todos os pontos do horizonte. Quanto mais puro é o Espírito tanto mais o seu pensamento se irradia e se estende, como a luz. Os Espíritos inferiores são muito materiais; não podem responder senão a uma única pessoa de cada vez, nem vir a um lugar, se são chamados em outro. 


Um Espírito superior, chamado ao mesmo tempo em pontos diferentes, responderá a ambas as evocações, se forem ambas sérias e fervorosas. No caso contrário, dá preferência à mais séria.
(O LIVRO DOS MÉDIUNS – 62ª. ed. – Allan Kardec (GUIA DOS MÉDIUNS E DOS EVOCADORES) (Paris - 1861), 2ª parte, item 282, questão 30)

Os Espíritos não irradiam com o mesmo poder, bem longe disso, o poder de irradiação depende do grau de pureza de cada um. (LE – 92a) 

Nota de Allan Kardec: Cada Espírito é uma unidade indivisível; mas cada um deles pode estender o seu pensamento em diversas direções, sem por isso se dividir. É somente nesse sentido que se deve entender o dom de ubiqüidade atribuido aos Espíritos. Como uma fagulha que projeta ao longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte. Como, dada, um homem que, sem mudar de lugar e sem se dividir, pode transmitir ordens, sinais e produzir movimentos em diferentes lugares.

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NOTAS:

(1) Todo este trecho se refere ao espírito puro, alma, princípio inteligente fazendo abstração do perispírito, segundo J. Herculano Pires é necessário atentar para essas variações [*], a fim de não confundirmos as explicações. 

[*] in O que é o Espiritismo, Cap. II, item 9, 10 e 14 - (obra codificada por Allan Kardec), encontramos que:

9. Quando a alma está ligada ao corpo, durante a vida, tem duplo envoltório: um pesado e grosseiro e perecível, que é o corpo; o outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito.

10. Existem, portanto, no homem, três elementos essenciais:

1º. A alma ou Espírito, princípio inteligente onde residem o pensamento, a vontade e o senso moral (vide qq. 23, 25 e 26 de LE);

2º. O corpo, envoltório material que põe o espírito em relação com o mundo exterior; (vide q. 25 de LE)

3º. O perispírito, invólucro fluídico, leve, imponderável, servindo de liame e de intermediário entre o espírito (alma) e o corpo.”

14. A união da alma, do perispírito, e do corpo material constitui o homem. A alma e o perispírito separados do corpo constituem a ser a que chamamos Espírito. (vide qq. 27, 135 e 135a  de LE)

NOTA DE ALLAN KARDEC referindo-se aos itens acima citados:

• A alma é assim um ser simples;
• O Espírito um ser duplo, e
• O homem um ser triplo.

Seria portanto mais exato reservar a palavra alma para designar o princípio inteligente, e a palavra Espírito para o ser semimaterial formado desse princípio e do corpo fluídico. Mas como não se pode conceber o princípio inteligente sem ligação material, as palavras alma e Espírito são, no uso comum, indiferentemente empregadas uma pela outra; é a figura que consiste em tomar a parte pelo todo, da mesma forma que se diz que uma cidade é habitada por tantas almas, uma vila composta de tantas casas; porém, filosoficamente é essencial fazer-se a diferença.

(2) Kardec in nota a resposta dada pelos Espíritos à resposta 662, diz que: “Possuímos, em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade um poder de ação que se estende além dos limites da nossa esfera corporal.

O pensamento é um dos atributos do Espírito; a possibilidade de agir sobre a matéria, de impressionar nossos sentidos e, por conseguinte, transmitir seu pensamento, resulta, se podemos nos  exprimir  assim, da sua constituição fisiológica: portanto, não  há  nesse  fato  nada   de sobrenatural, nada de  maravilhoso. (Allan Kardec in O Livro dos Médiuns, PRIMEIRA PARTE - CAPÍTULO II - O MARAVILHOSO E O SOBRENATURAL)

Allan Kardec in nota à resposta dada pelos Espíritos à questão 71 de O Livro dos Espíritos observa que: “A inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer intercâmbio com o mundo exterior e de prover às suas necessidades.

(3) Sobre as sensações e percepções do espírito Kardec in Revista Espírita - janeiro 1866 (A JOVEM CATALÉPTICA DE SOUABE), diz que: “Da visão à distância, que resulta no transporte da alma ao lugar que ela descreve; da lucidez sonambúlica, etc.”

(4) ...para o Espírito, a matéria não oferece obstáculos, pois ele a atravessa livremente. (LE – 429)

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